Síndrome do Ovário Policístico
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MEDICINA OCIDENTAL
A Síndrome do Ovário Policístico, SOP, é uma das desordens endocrinológicas mais comuns afectando aproximadamente 6% da população feminina em idade reprodutiva. É a causa mais comum de infertilidade anovolutória (sem ovulação) sem, no entanto se saber a causa ou o defeito de base.
A SOP é um distúrbio que se manifesta de diversas formas: presença de amenorreia (ausência de menstruação por mais de três ciclos ou seis meses), de hirsutismo (aparecimentos de pêlos mais grossos devido à acção de andrógenos em locais como o tórax, o queixo, entre o nariz e o lábio superior, o abdómen inferior e as coxas e o aumento dos ovários que apenas ocorre em casos avançados. As mulheres afectadas têm sintomas de hiperandrogenismo (hormonas masculinas), problemas menstruais e amenorreia. Esta síndrome inicia-se na puberdade e é progressiva.
Sintomas e Sinais Físicos
Os sintomas mais comuns entre as mulheres são: problemas menstruais, infertilidade, obesidade e sintomas relacionados com aumento de androgénios – hirsutismo e acne. A maioria das mulheres tem a primeira menstruação numa idade normal, mas têm ciclos irregulares que gradualmente se tornam ainda mais irregulares, geralmente levando a amenorreia.
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)
Segundo o ponto de vista da MTC, o Síndrome do Ovário Policístico pode ser uma causa ocidental de amenorreia, ausência de períodos menstruais ou infertilidade. Esta doença é incluída nas Massas Abdominais.
As massas abdominais são chamadas de Ji Ju. Ji indica massas abdominais reais que são imóveis: dolorosas e com localização fixa. Estas são chamadas de “Massas de Sangue”. Ju indica massas abdominais que vão e vêm, não têm localização fixa e são móveis; se existir dor associadas esta também vai e volta e muda de localização.
MASSAS ABDOMINAIS
Stress Emocional
O stress emocional é a causa mais comum da formação de massas abdominais. Principalmente a raiva, quando reprimida, a frustração, o ressentimento e o ódio, podem levar à Estagnação do Qi do Fígado e, a longo prazo, à Estase de Sangue. O meridiano do Fígado tem uma importante função em no livre fluxo do Qi no Aquecedor Inferior e, em mulheres, o Sangue do Fígado tem um mecanismo iminente na circulação de Sangue nesta área.
Dieta
A alimentação irregular ou o consumo excessivo de alimentos frios e crus podem levar à formação de Frio no Aquecedor Inferior. O Frio contrai e interfere na circulação do Qi e, especialmente, na circulação do Sangue.
O consumo excessivo de alimentos gordurosos, por outro lado, enfraquece o Baço e pode levar à formação de Humidade e Mucosidade, que podem-se fixar no Aquecedor Inferior e resultar em massas abdominais. Existe também uma relação estreita entre a Estase de Sangue e os Mucosidade podendo um originar outro ou agravar o outro e vice-versa.
Factores Patogénicos Externos
O factor patogénico mais importante é o Frio externo que pode invadir o Aquecedor Inferior e enfraquecer a circulação do Sangue levando, eventualmente à Estase de Sangue.
A Humidade externa pode invadir os Meridianos das pernas e deslocar-se fixando-se no Aquecedor Inferior onde, a longo prazo, se transformam em Mucosidade e pode dar origem a massas abdominais.
Patologia
Em todos os casos de massas abdominais existe uma deficiência adjacente do Qi. O Qi deficiente falha no transporte e transformação, levando à Estagnação de Qi e Sangue, o que permite que se formem massas.
As massas por Estagnação de Qi são móveis à palpação e mudam de lugar. Se existir dor, esta não tem local definido e é acompanhada de sensação de distensão.
As massas por Estase de Sangue são fixas em localização, imóveis à palpação e um tanto duras. Se existir dor, esta é fixa e cortante.
As massas por Mucosidade são moles à palpação e têm uma localização fixa. Geralmente são indolores.
O tratamento das massas abdominais é sempre baseado em regular o Qi e o Sangue.
Nos estádios iniciais, primeiro resolver o factor patogénico, ou seja, mover o Qi, revigorar o Sangue e resolver os Mucosidade.
Nos estádios médios, resolver o factor patogénico e tonificar o Qi do corpo simultaneamente.
Nos estádios avançados, primeiro tonificar o Qi do corpo e, em segundo lugar, resolver o factor patogénico.
Existem quatro padrões:
Deficiência de yin/yang do Rim
Princípios terapêuticos:
- Tonificar yang do rim;
- Nutrir Yin do rim e essência;
Acumulo de humidade-mucosidade
Princípios terapêuticos:
- Resolver mucosidade e massas;
- Eliminar humidade;
- Regular qi e menstruação;
Estagnação de Qi e estase de sangue
Princípios terapêuticos:
- Regular qi;
- Activar sangue;
- Resolver a estase;
- Regular a menstruação.
Deficiência de Qi do BP
Princípios terapêuticos:
- Tonificar Qi do Bp e Estomago;
- Promover a elevação do qi.
CONCLUSÃO
A Síndrome do Ovário Policistico, também chamada de Stein-Leventhal, é um transtorno que afecta uma considerável parte das mulheres.
É caracterizada por um conjunto de sintomas - anovulação, cistos nos ovários, possibilidade de infertilidade, elevado nível de androgénios - que afectam uma considerável percentagem de mulheres e pode ser estudada segundo diferentes perspectivas.
Segundo a perspectiva da medicina ocidental é uma endocrinopatia cujas causas permanecem desconhecidas mas onde existem evidências que revelam desordens ao nível de quatro compartimentos endócrinos - ovários, glândulas supra-renais, pele e tecido adiposo, eixo hipotálamo-hipofisário. O tratamento, segundo esta perspectiva passa por exercício físico, fármacos químicos, cirurgia laparoscópica e psicoterapia.
Segundo a perspectiva da MTC, esta síndrome é vista como uma forma de massa abdominal e pode ter varias causas, sendo as principais: deficiência de Yin/Yang do rim, o acumulo de humidade-fleuma, a estagnação de qi/sangue e deficiência de qi do Bp. O tratamento segundo a MTC passa por resolver as síndromes diagnosticadas usando principalmente acupunctura e fitoterapia, uso de acupunctura para promover o livre fluxo de qi no aquecedor inferior, melhorar a qualidade da alimentação e massagem.
A este problema está também associado uma forte componente emocional que afecta o mecanismo menstrual e ovulatório.
Artigo baseado no trabalho realizado por Tânia Matos e Telmo Oliveira, escrito por Ana José, traduzido por Rita Bernardes, editado por Jorge Ribeiro
Fonte das imagens: Google
Artigo baseado no trabalho realizado por Tânia Matos e Telmo Oliveira, escrito por Ana José, traduzido por Rita Bernardes, editado por Jorge Ribeiro
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