Pubalgia

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Pubalgia

O termo genérico pubalgia não se refere a nenhuma patologia em específico, significando apenas dor localizada na sínfise púbica e nas inserções musculares adjacentes, geralmente originada por uma disfunção no sistema músculo-esquelético.
Esta dor pode resultar de uma lesão aguda, acompanhada de processo inflamatório, conhecida como osteíte púbica, ou de um processo crónico, a que se pode chamar lesão por stress da sínfise púbica.

A sínfise púbica é uma articulação relativamente imóvel, localizada na região central à frente da bacia, uma espécie de anel ósseo que suporta e distribui o peso de toda a parte superior do corpo. Para além disso, esta articulação tem próximo de si a inserção dos abdominais, dos adutores da coxa e dos músculos do pavimento pélvico.
Estes dois factos tornam mais fácil compreender porque qualquer alteração na relação de forças aplicadas num ponto da bacia, uma dismetria no comprimento dos membros inferiores ou um desequilíbrio muscular podem mudar significativamente a tensão aplicada sobre a sínfise púbica, causando primariamente uma inflamação desta articulação, podendo depois evoluir para um processo degenerativo crónico.

As lesões da sínfise púbica representam 0,5-7% de todas as lesões no desporto e afectam sobretudo os corredores de longas distâncias e os jogadores de futebol.

80% dos casos os pacientes referem dor na região adutora
40% refere dor redor da sínfise púbica
30% também podem referir dor na região baixa do abdomén
12% sentem dor nos ancas
8% na bolsa escrotal




 
Propensão a ter Pubalgia: Homens ou Mulheres?

A única evidência de que os homens têm mais propensão talvez seja devido à intensidade dos exercícios realizados. Os atletas são frequentemente submetidos a um grande número de jogos e treinos, não havendo muitas vezes um tempo necessário para o repouso ou para um programa adequado de alongamentos. A falta ou a inadequada execução de alongamento da musculatura adutora da coxa somado ao excesso de exercícios abdominais que os atletas realizam, podem causar desequilíbrio muscular na sínfise púbica e, consequentemente, pubalgia.

Por outro lado, existem fatores de risco que são intrínsecos a cada pessoa como, por exemplo, anomalias congénitas ou adquiridas da parede abdominal.Sobretudo nas suas localizações mais inferiores, tal como as anomalias do canal inguinal ou as desigualdades no comprimento dos membros inferiores que são muito frequentes, embora inaparentes, e que geram instabilidade pélvica.

Nas mulheres, a gravidez é também um factor de risco para a pubalgia, pelo peso exercido pelo feto e pelo alargamento dos ossos da bacia.

 As causas mais comuns para a inflamação da sínfise púbica são:
- O desequilíbrio das forças dos músculos que se inserem próximo à sínfise púbica, especialmente os adutores da coxa;
- Disfunção da articulação sacro-iliaca (região posterior da bacia), provocando um aumento de tensão na sínfise púbica;
- Os microtraumatimos repetitivos, resultantes do esforço físico excessivo;
- Forças de cisalhamento aplicadas à sínfise púbica, características de movimentos rápidos combinados com desvios laterais, característicos de corridas em terrenos irregulares e com alteração de tipo de terreno.

Sinais e sintomas

Os sintomas são idênticos aos de um estiramento muscular.
- Dor persistente na virilha com movimento e pior com a prática de corrida, exercícios abdominais e agachamentos.
- Limitação da amplitude de rotação da articulação da anca.

Em casos graves pode provocar claudicação.

Estudos recentes revelam que o processo inflamatório está presente por relativamente pouco tempo, sendo que, se não for devidamente acompanhada, rapidamente esta lesão se transforma num processo crónico, com alteração das estruturas músculo-esqueléticas adjacentes à articulação.

Diagnóstico

Uma boa avaliação, incluindo a história clínica, exames da anca, pélvis, lombar e articulação sacro-iliaca são fundamentais para ajudar ao diagnóstico de uma lesão da sínifise púbica. Um raio-X poderá confirmar o diagnóstico, demonstrando uma sínfise púbica irregular, com sinais de espessamento do osso e inflamação. Normalmente, também é pedida uma ecografia para confirmar o estado dos tecidos moles envolventes.

Tratamento

Descanso: é o conceito-chave de toda a recuperação. É fundamental que repouse de todas as actividades que causam dor. Se dormir de lado deve colocar uma almofada entre as pernas. No tratamento convencional, na fase aguda são recomendados anti-inflamatórios e em situação mais crónicas, fisioterapia.

A pubalgia em Medicina Chinesa (MTC) surge inicialmente de uma inflamação por invasão de factores externos (vento, frio, humidade) ou trauma que leva a uma Estagnação de Sangue que gera Calor; a patologia crónica pode resultar de um Vazio de Sangue a causar uma Estagnação de Sangue.

Consoante a área afectada deve-se promover:
- O relaxamento da área sacro-ilíaca com massagem e acupuntura (baliao, 31VB)
- O relaxamento da área abdominal (linhas de karsai)
- desbloqueio da púbis (2VC, 28 a 30E) com acupuntura
- desbloqueio de virilhas com movimentos circulares leves
- desbloqueio do meridiano do Figado na coxa.

Na fase aguda, com inflamação é possivel utilizar a fórmula San Miao Wan.

Gravidez e Pubalgia

A progesterona libertada pelo corpo durante a gravidez faz com que as articulaçoes fiquem mais flexíveis e o bebé se possa acomodar na pélvis e facilitar o nascimento. A dor nesta região durante o segundo e terceiro trimestre surge normalmente em grávidas que têm um desequilíbrio da musculatura pélvica, encurtamento da musculatura de membros inferiores e/ou que exerçam atividades que sobrecarreguem esta região.

Durante a gravidez é difícil conter este desequilíbrio, uma vez que a tendência é que ao longo da gravidez as articulações se tornem cada vez mais instáveis, mas é possível amenizar estes sintomas.

Como controlar a Pubalgia durante a Gestação?
- Evite esforços com desequilíbrio pélvico (isto é, que coloquem o peso ou a força em um dos membros inferiores);
- Evite movimentos bruscos da pelve (rotação, abertura);
- Se estava sedentária antes da gestação, procure atividades leves para se preparar para o parto;
- Controle o peso.

Tratamento

- Alongue conforme a figura e alivie o peso da barriga colocando-se de gatas durante alguns minutos por dia;
- Acupuntura no 2VC, 3F, 34VB, pontos ashi no sacro e glúteos;
- Por vezes a dor e fragilidade nesta área surge por deficiência de qi e/ou sangue, sendo importante tonificá-los.

A pubalgia é uma patologia que atinge os atletas há muito tempo. A intensidade dos treinos de profissionais e amadores, sem um acompanhamento correto e sem alongamentos tem aumentado a sua frequência. Também muitos profissionais não sabem como diagnostica-lá precocemente não sendo possível a realização de um tratamento rápido antes que ela se instale. Atletas ou grávidas devem prevenir esta patologia com alongamentos e fortalecimento destes grupos musculares, evitando assim desiquilibrios da pelve.


Artigos consultados:
http://gabifisiodoula.blogspot.pt/2012/04/desconfortos-na-gestacao-pubalgia.html
https://www.saudecuf.pt/desporto/lesoes/lesoes-pubicas-e-inguinais/pubalgia
https://www.correrporprazer.com/2011/08/pubalgia/
http://blogpilates.com.br/pilates-no-tratamento-da-pubalgia/

Artigo escrito por Sara Finote, traduzido por Rita Bernardes, editado por Jorge Ribeiro

Fonte das imagens: Google

Pubalgia

The generic term pubalgia does not refer to any specific pathology, meaning only localized pain in the pubic symphysis and adjacent muscle insertions, usually caused by a dysfunction in the musculoskeletal system.
This pain may result from an acute injury, accompanied by an inflammatory process, known as pubic osteitis, or from a chronic process, which may be called a stress injury of the pubic symphysis.

The pubic symphysis is a relatively immobile joint, located in the central region in front of the basin, a kind of bony ring that supports and distributes the weight of the entire upper body. In addition, this joint has close to itself the insertion of the abdominals, the adductors of the thigh and the pelvic floor muscles.
These two facts make it easier to understand why any change in the ratio of forces applied at a point in the pelvis, a dismetria in the length of the lower limbs or a muscular imbalance can significantly change the tension applied on the pubic symphysis, causing primarily an inflammation of this joint, then evolve into a chronic degenerative process.

Pubic symphysis injuries account for 0.5-7% of all sports injuries and affect mainly long distance runners and soccer players.

80% of cases patients report pain in the adductor region
40% reported pain around the pubic symphysis
30% may also report pain in the lower abdominal region
12% feel pain in the hips
8% in the scrotum




 
Propensity to have Pubalgia: Men or Women?

The only evidence that men are more likely to be due to the intensity of the exercises performed. Athletes are often subjected to a large number of games and training, often lacking time to rest or an adequate stretching program. The lack or inadequate performance of stretching of the thigh adductor musculature added to the excess of abdominal exercises performed by the athletes can cause muscle imbalance in the pubic symphysis and, consequently, pubalgia.

On the other hand, there are risk factors that are intrinsic to each person, such as congenital or acquired abnormalities of the abdominal wall. Especially in their lower locations, such as inguinal canal abnormalities or inequalities in the length of the lower limbs that are very frequent, although inapparent, and cause pelvic instability.


In women, pregnancy is also a risk factor for pubalgia, fetal weight and enlargement of the bones of the pelvis.

 The most common causes for inflammation of the pubic symphysis are:
- The imbalance of the forces of the muscles that are inserted near the pubic symphysis, especially the adductors of the thigh;
- Dysfunction of the sacroiliac joint (posterior region of the basin), causing an increase in tension in the pubic symphysis;
- repetitive microtrauma, resulting from excessive physical exertion;
- Shear forces applied to the pubic symphysis, characteristics of rapid movements combined with lateral deviations, characteristic of races in irregular terrain and with alteration of the type of terrain.

Signals and symptons

The symptoms are identical to those of a muscle strain.
- Persistent groin pain with movement and worse with running practice, abdominal exercises and squats.
- Limitation of the range of rotation of the hip joint.

In severe cases it may cause claudation.

Recent studies have shown that the inflammatory process is present for a relatively short period of time, and if it is not properly followed up, this lesion quickly becomes a chronic process, with changes in the musculoskeletal structures adjacent to the joint.

Diagnosis

Good evaluation, including medical history, hip, pelvic, lumbar, and sacroiliac joint examination are critical to aid in the diagnosis of a pubic siniform lesion. An X-ray may confirm the diagnosis, demonstrating an irregular pubic symphysis with signs of bone thickening and inflammation. An ultrasound is also usually ordered to confirm the condition of the surrounding soft tissues.

Treatment

Rest: it is the key concept of any recovery. Rest of all the activities that cause pain is critical. If sleeping on your side you should put a cushion between your legs. In the conventional treatment, in the acute phase are recommended anti-inflammatory and in more chronic situations, physiotherapy.

Pubalgia in Chinese Medicine (TCM) arises initially from an inflammation by invasion of external factors (wind, cold, humidity) or trauma leading to a Stagnation of Blood that generates Heat; chronic pathology may result from an Empty Blood that causes Blood Stagnation.

Depending on the affected area, the following should be promoted:
- Relaxation of the sacroiliac area with massage and acupuncture (baliao, 31VB)
- Relaxation of the abdominal area (karsai lines)
- pubic unblocking (2VC, 28 to 30E) with acupuncture
- release of grooves with light circular movements
- unlocking the Liver meridian on the thigh.

In the acute phase, with inflammation it is possible to use the formula San Miao Wan.

Pregnancy and Pubalgia

The progesterone released by the body during pregnancy makes the joints more flexible and the baby can accommodate the pelvis and facilitate birth. Pain in this region during the second and third trimester usually arises in pregnant women who have an imbalance of the pelvic muscles, shortening of the lower limb musculature and / or exercising activities that overload this region.

During pregnancy it is difficult to contain this imbalance, since the tendency is that throughout the pregnancy the joints become increasingly unstable, but it is possible to soften these symptoms.

How to control Pubalgia during Gestation?
- Avoid efforts with pelvic imbalance (that is, putting weight or strength on one of the lower limbs);
- Avoid sudden movements of the pelvis (rotation, opening);
- If you were sedentary before pregnancy, seek light activities to prepare for childbirth;
- Control the weight.

Treatment

- Stretch according to the figure and relieve the weight of the belly by putting on a cat for a few minutes a day;
- Acupuncture in 2VC, 3F, 34VB, ashi points in the sacrum and glutes;
- Sometimes the pain and fragility in this area arises from deficiency of qi and / or blood, and it is important to tone them.

Pubalgia is a pathology that has affected athletes for a long time. The intensity of the training of professionals and amateurs, without a correct accompaniment and without stretching has increased its frequency. Also many practitioners do not know how to diagnose it early and it is not possible to perform a rapid treatment before it is installed. Athletes or pregnant women should prevent this pathology by stretching and strengthening these muscle groups, thus avoiding pelvic imbalances.

Consulted articles:
http://gabifisiodoula.blogspot.pt/2012/04/desconfortos-na-gestacao-pubalgia.html
https://www.saudecuf.pt/desporto/lesoes/lesoes-pubicas-e-inguinais/pubalgia
https://www.correrporprazer.com/2011/08/pubalgia/
http://blogpilates.com.br/pilates-no-tratamento-da-pubalgia/

Article written by Sara Finote, translated by Rita Bernardes, edited by Jorge Ribeiro

Image Source: Google