Cancro dos Testículos




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O Cancro dos testículos

O cancro dos testículos é um cancro parcialmente raro, acontecendo de 2 a 3 indivíduos para cada 100 mil homens. No entanto, a sua incidência têm vindo a crescer nos países industrializados. A informação sobre este tipo de cancro é escassa uma vez que ocorre em 2% na população e tem uma maior incidência nos homens de cor escura.

A faixa étaria de incidência encontra-se entre os 15 e 35 anos para os tumores não seminomatosos e uma década mais tarde para o seminoma.

Existem dois tipos: Seminomas de comportamento mais lento e Não-seminomas de carácter mais agressivo e com tratamento mais difícil, na maioria das vezes necessitam do uso de quimioterápicos. Existe ainda um terceiro tipo, os tumores do estroma, que se originam nos tecidos de suporte do testículo. Mais de 95% dos tumores de testículo derivam de células germinativas (imaturas).

Cerca de 40% dos tumures de células germinativas (TCG) são Seminomas, que podem ser típicos (a maioria) ou espermatocíticos (a minoria). Os primeiros ocorrem geralmente num só testículo causando aumento de volume ou então uma massa indolor no testículo. Os segundos crescem lentamente, não metastizam e ocorrem por volta dos 65 anos.






Manifestação clínica

Os tumores dos testículos podem apresentar-se como nódulos indolores ou aumento do volume do orgão. Alguns pacientes reparam no problema pelo aumento de peso do testículo. Estas alterações podem progredir sem a percepção/noção do doente. O tumor pode ter uma hemorragia interna, gerando um quadro agudo que pode ser confundido com outras inflamações benignas do testículo.

A disseminação metástica pode ser tanto linfática quanto hematogénica. Em 15% dos casos, já existe metástases e os sintomas surgirão consoante a área/orgão envolvida(o):

Tosse ou dispneia (pulmão)

Dores nas costas (retroperitoneu)

Edema dos membros inferiores (envolvimento da veia cava), etc.

Aumento das mamas (ginecomastia) pode também ocorrer em alguns tumores de testículo. Esta ocorre devido ao aumento de produção de estrogénio ou por deficiência da formação de adrogénios.




Medicina Chinesa

Principal etiopatogenia do cancro:

Desarmonia de Qi e Sangue e as emoções

Se o Qi e o Sangue estão em desarmonia, surge a estase e consequentemente, aumento de calor. Existirá secura quer do corpo, quer dos fluídos normais do corpo, os liquidos orgânicos e o Yin, causando estase local e eventualmente, calor sistémico. As principais desordens que podem levar a este tipo de estase são a deficiência do Zang Fu e emoções mal resolvidas.

Outra manifestação das emoções são as que atacam o Fígado. O stress emocional (raiva) quando mal resolvido ou quando não é descarregado, leva à estagnação. Visto o Fígado ter uma relação com o sangue pode levar a uma estase de sangue. A preocupação excessiva ou comportamentos obssessivo compulsivos também são emoções que podem afetar outros orgãos gerando desordens.

Humidade e fleuma acumulada

Os fluídos normais do corpo (Jin Ye) podem acumular sobre certas condições patológicas. Quando isso acontece, tanto o Qi e o Sangue tendem a tornar-se lentos, a estagnar, a gerar calor e a tornarem-se densos. Há muitas razões para que isto possa acontecer: o inchaço local por exemplo. Internamente, o processo patológico refere-se à deficiência dos Zang Fu devido a outras doenças ou hábitos de vida impróprios (Dieta, refeições irregulares, alimentos errados, doces, comer em momentos errados - enquanto trabalha, conduz, etc) Estes factores podem levar a que o Rim e o Baço deixem de funcionar correctamente, surgindo humidade acumulada e estase, gerando fleuma e calor, que sob circunstâncias propícias leva aos tumores.

Calor tóxico e factores patogénicos latentes

Toxinas e factores externos, agentes infecciosos (HPV)

Deficiência dos Zang Fu (orgãos internos)

Factores Patogénicos Externos

Frio, calor, vento, canícula, humidade e secura. Quando há uma resistência destes factores patogénicos externos.





Tratamento

Os princípios fundamentais no tratamento do cancro são:

Regular o Qi e harmonizar o Sangue
Manter o fluxo desobstruído dos Meridianos e Colaterais
Transformar a fleuma e drenar a Humidade
Amolecer o duro e dissolver as massas
Dissolver as toxinas e parar a dor
Tonificar o Qi e nutrir o sangue
Beneficiar o Baço e apaziguar o Estômago
Nutrir o Fígado e os Rins


Artigo escrito por Ana José baseado no trabalho de Joana Ferreira para a cadeira de ginecologia e andrologia do 5º ano da ESMTC. Traduzido por Rita Bernardes e editado por Jorge Ribeiro.

Fonte das imagens: Google

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